Artigos em revistas

  • António, A. S., & Teodoro, A. (2019). Critical discourse analysis: Between educational sciences and journalism. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 8(1), 18-35. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2019v8i1.p18-35

Nesta investigação, na qual usamos a Análise Critica do Discurso (ACD) no campo das Ciências da Educação, partimos da questão —Que relações se podem reconhecer entre os artigos de opinião sobre a educação, publicados em jornais de referência, e os valores e as aspirações defendidos pela nova classe média? Usamos uma metodologia quantitativa, e realizámos entrevistas aos diretores dos jornais estudados, assim como a pais e a professores. A ACD foi usada em 20 artigos de opinião escolhidos como corpusde estudo. Acreditamos que é essencial compreender as intenções e as consequências dos artigos de opinião sobre a escola.


Neste artigo fazemos uma primeira reconstituição da genealogia da decisão política sobre a entrada de Portugal no PISA (Programme for International Student Assessment), promovido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) decidida em 1999 e concretizada em 2000. Os primeiros resultados dessa análise sugerem que a decisão, que não foi unânime entre os membros do governo com responsabilidades na área da educação, foi tomada por emulação normativa, e visou consolidar uma determinada orientação da agenda da política educativa nacional.


Há vários anos que Portugal participa em vários estudos internacionais ligados à educação e aprendizagem dos alunos, realizados por diversas organizações, em particular a International Association for the Evaluation  of  Educational  Achievement (IEA).  Um dos mais recentes é o International   Computer   and   Information   Literacy Study (ICILS), que   procura   avaliar   as competências  dos  alunos  do  8.º  ano  de  escolaridade  em  Tecnologias  da  Informação  e  da Comunicação  (TIC),  focando-se em dois  domínios  principais:  a  Literacia  em  Computadores  e Informação  (CIL)  e  o  Pensamento  Computacional  (CT).  Neste artigo procuramos analisar os resultados gerais de Portugal e a diferenciação de género.  Recorremos a uma metodologia interpretativa, com base na análise dos relatórios e bases de dados produzidos(as) por diferentes organizações. Os resultados revelam que Portugal se encontra no grupo de participantes que registaram uma pontuação média superior ao ponto médio da escala ICILS. Revelou também que existe diferenciação de género nos dois domínios avaliados.


Nas últimas décadas a avaliação em larga escala adquiriu uma grande importância no âmbito educacional. Os estudos internacionais desenvolvidos a partir de questionários são cada vez mais numerosos e abrangem diferentes domínios. Portugal tem vindo a participar em vários desses estudos, permitindo obter informações sobre o sistema educativo e o contexto socioeconómico das famílias e pessoais dos alunos. Esses dados permitem influenciar na definição e implementação de políticas educacionais. Neste artigo apresentamos uma análise sobre três estudos internacionais no âmbito da educação, em que Portugal participa: Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), o Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS) e o International Compute rand Information Literacy Study (ICILS), conduzido pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA). Procuramos analisar os resultados gerais de Portugal, recorremos a uma metodologia interpretativa, com base na análise dos relatórios e bases de dados produzidos(as) por diferentes organizações, nomeadamente a IEA. Apesar das diferentes oscilações, nos diferentes ciclos dos estudos, os alunos portugueses têm vindo a apresentar resultados positivos.


Este artigo analisa os resultados de 2018 da avaliação em literacia financeira do Programme for International Student Assessment (PISA), conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Este estudo internacional em larga escala incide, tradicionalmente, sobre a literacia de leitura, de matemática e de ciências, e mais recentemente inclui a resolução colaborativa de problemas e a literacia financeira. A análise foi realizada a partir dos dados globais conhecidos dos países participantes no PISA, mas com um olhar particular para os dados de Portugal.  Os resultados revelam que, na sua larga maioria, os jovens portugueses parecem estar razoavelmente preparados para responder ativamente aos desafios financeiros. Eles têm o conhecimento mínimo para lidar com as questões financeiras do dia a dia. Contudo, observam-se assimetrias regionais.


Este artigo apresenta uma análise sobre o estudo internacional Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), para as literacias de matemática e ciências, conduzido pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA), tendo em conta os seus objetivos gerais, as tendências de evolução das performances dos alunos e os respetivos dados referentes a Portugal (por regiões da NUTS II). A revisão bibliográfica e documental revela que Portugal tem vindo a melhorar os seus resultados no TIMSS desde 1995. Revelou, ainda, que existem diferenciações relativamente aos resultados por género e dimensões cognitivas (conhecer, aplicar e raciocinar). No TIMSS 2019 a região Centro foi a unidade territorial que obteve o melhor resultado a matemática e a ciências, no 4.º e 8 anos de escolaridade.


Vulgarizado, em 1961, nos Estados Unidos da América (EUA), o conceito de “big science” refere-se à investigação científica em grande escala, com orçamentos importantes, equipas numerosas, instrumentos e laboratórios de grandes dimensões, com produção de uma enorme quantidade de dados, embora muitas vezes com relevância diminuta. O artigo analisa de que forma o Programme for International Student Assessment (PISA), levado a cabo pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), se pode inserir nesta categoria de “big science”. Os resultados encontrados apontam para que o PISA possa ser considerado o primeiro programa que se insere nesta forma de fazer ciência.


  • Rosa, V., Maia, J., & Mascarenhas, D. (2021). A participação de Portugal no inquérito internacional PIRLS (2011-2016).  Indagatio Didactica, 13(3), 37-56. https://doi.org/10.34624/id.v13i3.25503

Neste artigo apresentamos uma análise sobre as tendências de evolução dos desempenhos dos alunos portugueses do 4.º ano de escolaridade no âmbito do inquérito internacional Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS) (incluindo o ePIRLS em 2016), conduzido pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA) sobre a literacia de leitura, tendo em conta os seus dados gerais e os respetivos dados referentes a Portugal. Para o efeito, analisamos os relatórios e as bases de dados produzidos(as) por esta Associação e o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Os resultados revelam que, em 2016, Portugal encontra-se no grupo de participantes que registaram uma pontuação média superior ao ponto central da escala PIRLS (500 pontos), mas, face a 2011, representa uma descida. Revelou também que, em 2011, as raparigas apresentaram melhores resultados do que os rapazes, mas que essa diferença foi praticamente anulada em 2016 e que não há diferenças significativas entre os resultados obtidos no PIRLS e no ePIRLS. Tanto em 2011 como em 2016, foi a região do Ave que teve melhores resultados.


  • Rosa, V., Maia, J. S., & Mascarenhas, D. (2022). O PISA 2015 e resolução colaborativa de problemas: Os resultados dos alunos portugueses. EduSer: revista de educação, 14(1), 1-11. https://doi.org/10.34620/eduser.v14i1.177

Neste artigo apresentamos uma análise sobre um dos domínios de literacia do Programme for International Student Assessment (PISA): Resolução Colaborativa de Problemas (RCP). Comparativamente a outras literacias avaliadas pelo PISA (Leitura, Ciências, Matemática, Financeira), a RCP tem sido pouco estudada em Portugal. Recorremos a uma metodologia interpretativa com base nos relatórios e bases de dados produzidos(as) por diferentes organizações. Os resultados revelam que Portugal está no topo da escala relativamente à valorização de relações e valorização do trabalho em equipa, apontando que os estudantes portugueses se sentem integrados socialmente nas escolas deste nível educativo. Quanto a diferenças entre género, verifica-se que os rapazes obtêm avaliações globais inferiores às raparigas, seguindo as tendências internacionais. A análise revelou também que existe uma diferenciação entre regiões da NUTS III.


Este artigo apresenta uma análise comparativa entre três questionários internacionais: o PISA, conduzido pela OCDE, e o TIMSS e o PIRLS, realizados pela IEA, tendo em conta os seus objetivos gerais e correlações entre os respetivos dados referentes a Portugal (por regiões da NUTS III).  A análise dos resultados gerais evidencia que Portugal tem vindo a melhorar os seus resultados no PISA, nos três domínios avaliados (leitura, matemática e ciências), que melhorou no TIMSS em matemática e piorou em leitura no PIRLS. A análise comparativa por regiões revelou que existe uma diferenciação dos resultados por regiões e que, enquanto o fator domínio não se apresenta como relevante, o fator objeto de avaliação em cada estudo parece determinante para os resultados dos questionários. Revelou, ainda, que há uma relação direta entre o PIB/habitante e os resultados dos questionários nas regiões com valores extremos de PIB/habitante, mas que essa relação não existe para a generalidade das regiões.


Este artigo analisa o papel da OCDE na construção das políticas educativas em Portugal após a Segunda Guerra Mundial e até à Revolução de Abril (1974). Durante grande parte do século XX (1926-1974), Portugal viveu sob uma ditadura nacionalista, com elementos que se podem colocar em pé de igualdade com o fascismo europeu. Depois de analisar a génese da OCDE (OECE, como inicialmente estabelecida), este artigo descreve a importância da participação de Portugal no Programa Regional do Mediterrâneo, concebido e conduzido pela OCDE/OEEC entre 1960 e 1968, para integrar o país numa esfera ocidental de influência, ao mesmo tempo que alicerçava as bases de uma política educativa que representou a mais importante fonte de mandato e legitimidade para as posições e propostas desenvolvimentistas oriundas dos setores tecnocráticos do regime que, progressivamente, ganhavam influência nos departamentos económicos, na economia e nos gabinetes de  planeamento da educação e formação da força de trabalho em Portugal, na década de 60 e início dos anos 70.


  • Teodoro, A., & Lopo, T. T. (2021). The OECD again: legitimization of a new vocationalism in the educational policies in Portugal (1979–1993). Paedagogica Historica. doi: 10.1080/00309230.2021.1941143

Este artigo apresenta uma análise do exame à política de educação de Portugal conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em 1987, bem como, sobre o seu papel na legitimação de um novo vocacionalismo. O artigo centra-se, em particular, na recomendação principal apresentada no relatório dos examinadores quanto ao investimento na qualificação inicial dos jovens e a sua relação com a criação, em 1988, de um novo órgão administrativo do Ministério da Educação responsável pelo lançamento das escolas profissionais em 1989. Os resultados  sugerem que foi esse exame da OCDE que abriu o caminho para o renascimento da educação profissional em Portugal, mas, agora, repensada e redefinida como uma forma ampliada e socialmente fundamentada de vocacionalismo.